Como um marco
histórico, algumas lembranças me aprisionam ao passado. Elas doem. Eles me
paralisam. Elas me humilham. Elas reproduzem algo da minha infância triste e
descartável. Aprender a reconhecê-las e lidar com elas seria a melhor solução?
Ou fingir que elas não existem poderia me levar a um tipo de esconderijo
secreto camuflado nas minhas profundezas? Não sei.
Só sei que
preciso fazer o que tenho feito estes anos todos: viver. Mas seria este viver
que tenho uma vida de qualidade ou meramente um ato instintivo de
sobrevivência? Esta tensão “de SER mas não ser” consome-me por dentro. Seria
como um câncer corroendo minha alma, minha vida, minha esperança.
Sei quem sou. Mas
não sou quem deveria ter sido. Olho para mim. Estou aprendendo a ser quem
realmente sou; não o que as pessoas gostariam quem eu fosse para elas.
Perdas,
desprendimentos, jogar a carga inútil fora; eis a tarefa do momento.
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